quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Saudade.



Ao ouvir minhas músicas, sinto uma coisa estranha, mas imensamente boa. Pra mim, é hiper emocionante ouvir aquelas senhorinhas bem pobrezinhas, com a pele toda enrugada, cambaleando por conta da idade avançada, porém cheias de encanto, de beleza, de tradição, de Brasil. Suas vozes esganiçadas, prejudicadas pelo tempo, e não-firmes, preenchem meu peito de emoção, de felicidade, de ‘sentimento-bom’, e principalmente de saudade. Sinto saudade ao ouvi-las. Mas saudade de algo que eu não vivi, algo que eu gostaria de vivenciar, que gostaria de passar, de ouvir, de tocar, de estar. Curioso...
Me encanta esse Brasil interiorano, cheio de fé, de pessoas lindas, por dentro principalmente, com seus amores, suas histórias, suas bênçãos, suas rezas e ladainhas. Como elas me preenchem, essas ladainhas. Quase sempre me emociono as ouvindo, e não me canso de dizer o quanto acho lindo tudo isso. Queria achar outra pessoa que concorde comigo, porque até hoje não encontrei. Seria aquela pessoa? Como eu queria que fosse...
Às vezes quando estou ouvindo-as simplesmente paro o que estou fazendo, e olho o nada. Escuto, sinto a presença delas. Deixo essas sensações me preencherem, e aí choro, baixinho, triste e feliz ao mesmo tempo. Enxugo as lágrimas, dou um leve sorriso, e continuo a fazer certas coisas. E continuo a sonhar, sempre. Sonhar sempre...

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