domingo, 30 de novembro de 2008

Universo (quase) perfeito.



Seria muita pretensao do criador 'daquilo' colocar como slogan "Universo Perfeito", se quase não fosse realmente. É como se fosse um universo paralelo, onde as pessoas têm outra vida, diferente da do cotidiano. Gostaria muito de encontrar muitas das pessoas que vejo por lá fora daquele ambiente, pra ver como elas realmente são, porque elas provavelmente não são daquele jeito. Chega uma hora pra mim que basta, chega de tantos corpos juntos, suados, com certos odores característicos, cansa. É tudo muito louco, tudo muito encantador à primeira vista, tudo muito surreal. Aquela cena não sai da minha cabeça, os três, juntos, entrelaçados, como se fossem um só. Aquele clima de mistério, de 'não-sei-o-que', aquela ostentação, aqueles narizes empinados, corpos e rostos transfigurados, é tudo tão mágico, e ao mesmo tempo nojento de se ver. Sinto nojo daquilo tudo, ao mesmo tempo que me encanta. Por que será que me encanta? Diante daquilo tudo, às vezes o melhor é ficar sozinho mesmo, observando, só observando. Acontece tanta coisa paralelamente ao que já é paralelo. Coisas engraçadas, absurdas, nojentas, esdrúxulas, e é tudo tão encantador. Dançar perto de quem você está afim, lançar olhares, encontrar um colega, dançar sua música preferida, dar gritos de repente, fugir dos banhos de cerveja e das pontas de cigarros que passam rente à você, admirar certas pessoas, rir de outras, sentir desprezo por mais outras, e tudo mais. Ficar olhando pra "ele", ficar pensando "nele". No fundo, sempre tenho uma esperança, mesmo que pequena, mas tenho.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Foi um sonho...



Foi um sonho, nada mais. Primeiro estava numa casa, uma grande casa, com muitos amigos, espalhados por ela. Bethânia estava lá também, felicíssima, e eu beijava seus pés, seu rosto. Brincávamos muito, sorríamos muito. Depois saímos, fomos ate o portão, era uma grande descida até o tal portão. Chegando lá, bem ao longe, na enorme rua que se estendia à frente, havia uma briga entre umas pessoas, e logo depois um homem foi esfaqueado. Alguns amigos que estavam lá pra ver a briga correram rapidamente pra dentro do portão, e entraram na casa onde estávamos. Depois estávamos no Teatro Paco, parece, não me lembro ao certo. E acho que era em Salvador. Só que os amigos eram os da escola. Logo depois surgiu um rapaz no meu colo, ele estava semi acordado, e eu carregava ele pra não sei onde. Eu o beijei na boca, e sua boca era muito molhada. Eu já conhecia aquele beijo, não sei de onde. E sabia que ao beijar eu ia tremer na cama, dormindo, pq ia ver aquele tal homem que encontro sempre. Mas o beijo dele era tão bom, mas tão bom, que fiquei com aquela sensação até agora, acordado. A casa era muito grande, muito cheia, de amigos, todos sorrindo, bebendo, alguns se beijavam, transavam, assim, na frente de todos. Mas não era uma orgia não, o clima era diferente. Éramos todos muito amigos, e nos gostávamos muito. Depois apareceram minha irmã e minha prima, com os seios deformados, e à mostra. Tinham feito um tratamento, comum a todas as meninas do sonho. E eu tinha pago esse tratamento pra minha irmã, só que o resultado era desastroso, já que seus seios haviam ficado meio quadrados. Depois estávamos numa festa, de um primo meu, só que era um lugar que já conhecia de longa data, não sei de onde. Tinham umas oferendas no chão, umas velas espalhadas, uns doces também. O lugar era meio que um hospital desativado, e me trazia uma lembrança muito boa. Foram muitas coisas, uma atrás da outra, mas o beijo daquele homem me marcou muito. Me sinto confuso agora, tentando entender aquele monte de coisas. Mas será que tem explicação? Parecia que já tinha sonhado aquilo antes, eu lembrava daquelas pessoas, daqueles lugares, e me batia uma saudade. Era um sonho, nada mais.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Distante.



Meu vazio dói. Sinto um vazio quase que sem fim. Quase. Me sinto distante. Distante deles, e choro. Ouço músicas que me dão saudade. Saudade de algo que não sei muito bem o que é, e que não sei se vivi. É, não sei se vivi. Um sentimento que poderia ter lá com meus 80 anos, já o sinto. Não quero muito contato com ninguém, quero ficar só. Ao mesmo tempo quero todos ao meu lado. Eles e todos, aqui, bem perto, sorrindo pra mim. Ouço músicas que me dão saudade. Quero me expressar, mas não sei como. Escrevo. Mas será que é um escrever falso? Não importa. Penso na ‘noite’ e me pergunto: será que vale a pena? Não sei, não sei mesmo. Toda aquela ostentação, aquela vaidade. Misturo tudo na cabeça. Já estou melhor. Mas me sinto ainda distante, de mim e deles.

Mal-bem.



Essa música me traz uma incerteza, uma angústia, uma saudade. Mas eu gosto de ouvi-la. Me sinto mal-bem, como ela diz. Mas hoje não estou bem, não fiquei bem na verdade. Estou bem, quer dizer, mas tem no fundo umas preocupações. Coisas pra resolver a curto e longo prazo. Terapia dói às vezes, quase sempre. Nem sempre estamos preparados pra ouvir e saber de certas coisas. E hoje acho que não estava. Até que a coisa não foi tão ruim, e na verdade eu já bem sabia, mas ouvir de novo me doeu, e depois de tudo que aconteceu. É, coisas aconteceram, não tão boas. Mas estou tranqüilo, naquele estado, mal-bem. Aprendi isso, graças a Deus, ou melhor, acho que estou aprendendo. Não só isso, mas um monte de coisas. Ela me ajuda a me conhecer, a amadurecer, mesmo que às vezes regrida, por uns instantes, afinal, eu também erro, se é que regredir é errar. Mas aos poucos isso vai diminuindo, quando for adquirindo mais consciência das coisas, apesar de que acho que já tenho de bastante coisa, ao contrário de muitos, né? Mas vamos levando, na confusão da vida.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"Trama".



"Trama" é o terceiro dessa nova fase. Nele, expus duas tramas, duas vidas, a minha e a da pessoa-ideal. Elas têm suas complexidades, suas dificuldades, seus altos e baixos, suas voltas, reviravoltas, seu percurso que não pára. Em algum momento da vida elas irão se encontrar. Só não sabemos quando. O centro de cada trama é representado por um círculo, imponente, de massa bruta, disforme. Ao lado e acima está a energia maior que nos rege (Deus?), olhando, e comandando o trajeto dessas tramas, único e soberano. Ele é branco, redondo, e irradia, no meu imaginário particular. As linhas das tramas sao fininhas, difíceis. Ao longo do percurso elas se contrapõem, passam por cima umas das outras, se chocam intimamente. Não se sabe onde elas começam e nem onde terminam, só se sabe que elas existem. O fundo branco é tudo e nada ao mesmo tempo. É tudo porque é o mundo em que nós vivemos, e é nada porque isso aqui onde estamos não passa de um elementozinho criado. E eu quero que não seja nada, só branco e infinito. Não importa.

domingo, 16 de novembro de 2008

Não me sinto bem...



Não me sinto bem. Me sinto estranho, confuso, ansioso. E me bate um desespero de pensar que posso estar voltando a ser como era antes. Porque fiquei tão abalado?! Pode parecer bobo o que aconteceu, mas pra mim fez diferença, e como fez. Só fez aumentar meu vazio, e doeu. Pra mim, isso dói muito. Mas não posso me deixar abater por isso. Esse é só o primeiro, de muitos que virão, com certeza. Por que era certo de acontecer?! Não podia ser ‘sim’? Só porque...
Depois a noite, tão confusa, rápida, cheia de coisas...
Me deixou meio atônito, atordoado. Dormi demais também, isso me deixa mal, mas precisava, senão ia estourar, e não queria.
Não quero chorar, tem tempo que...
Mas não sei, talvez aconteça...
Criei muita expectativa e me frustrei muito, como sempre. Mas isso não estava acontecendo, por que aconteceu agora?! As pessoas não me atendem, não me respondem. Sinto-me vigiado, com dedos apontando pra mim! Não posso estar regredindo! Não posso estar regredindo...

sábado, 15 de novembro de 2008

A noite.



Passei a noite acordado. Dormi pouco. Ficamos conversando, eu e uns amigos, a noite toda, até quase 6 da manhã, bebendo, fumando, debatendo, rindo, rindo mais, sabendo coisas, e tudo parece tão encantador. A noite tem muito disso, tudo é muito encantador. O Cristo azul na janela, a neblina, velas acesas, boas companhias, charutos, cigarros, bebidas, e um clima bom. Depois de ter assistido uma peça que nos faz pensar, depois encontrado uns outros amigos num bar perto daqui, e depois casinha, no aconchego, seguro de tudo, e todos. Agora de manhã não consigo dormir mais, fico aceso, aqui no computador, tentando escrever. Ouvindo músicas nostálgicas, olho pro dia e penso em como a noite é encantadora. A gente não se vê direito, os olhares se forçam, ficamos mais sexuais, aflorados. Ainda mais bebendo. Por que precisamos da noite? E se não existisse a noite, como seria? Será que tudo seria menos encantador? Acho que não, o dia também tem seus encantos, menores, mas tem. Bate uma pequena saudade da noite, quando é boa, claro. Mas sentir saudade de uma coisa que acabou de acontecer? É, pois é, eu sinto. Olho pro outro dormindo, pro dia. Caralho, já é dia! Na noite tudo é mais encantador mesmo, foda-se. Esperemos a próxima.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Saudade.



Ao ouvir minhas músicas, sinto uma coisa estranha, mas imensamente boa. Pra mim, é hiper emocionante ouvir aquelas senhorinhas bem pobrezinhas, com a pele toda enrugada, cambaleando por conta da idade avançada, porém cheias de encanto, de beleza, de tradição, de Brasil. Suas vozes esganiçadas, prejudicadas pelo tempo, e não-firmes, preenchem meu peito de emoção, de felicidade, de ‘sentimento-bom’, e principalmente de saudade. Sinto saudade ao ouvi-las. Mas saudade de algo que eu não vivi, algo que eu gostaria de vivenciar, que gostaria de passar, de ouvir, de tocar, de estar. Curioso...
Me encanta esse Brasil interiorano, cheio de fé, de pessoas lindas, por dentro principalmente, com seus amores, suas histórias, suas bênçãos, suas rezas e ladainhas. Como elas me preenchem, essas ladainhas. Quase sempre me emociono as ouvindo, e não me canso de dizer o quanto acho lindo tudo isso. Queria achar outra pessoa que concorde comigo, porque até hoje não encontrei. Seria aquela pessoa? Como eu queria que fosse...
Às vezes quando estou ouvindo-as simplesmente paro o que estou fazendo, e olho o nada. Escuto, sinto a presença delas. Deixo essas sensações me preencherem, e aí choro, baixinho, triste e feliz ao mesmo tempo. Enxugo as lágrimas, dou um leve sorriso, e continuo a fazer certas coisas. E continuo a sonhar, sempre. Sonhar sempre...

domingo, 9 de novembro de 2008

Algumas coisas cansam...



Fui pra aquela boate ontem. Não foi tão bom. Me cansei de certas coisas algumas horas.
Porque certas pessoas têm necessidade de ficar se gabando, dizendo que é o mais foda, o melhor dos melhores, que pega 30 numa noite, que é lindo e encanta a todos? POR QUÊ?! Por que ficar ostentando uma coisa que não é real, é falso, é mentira, por que essa necessidade? De mostrar pro outro que pode tudo, que tem uma pulseirinha vip, que bebe, que fuma, que fode, com o tão famoso ego lá no céu. Acho isso tudo extremamente ridículo, abominável, escroto, de uma baixeza incomparável. Tenho asco de gente assim, e infelizmente é o que mais existe nesse meio em que vivo. É foda. No fundo, no fundo, essa pessoa se acha a pior, e precisa disso tudo pra não mostrar ao outro sua fragilidade. Pura defesa. Dá uma puta vontade de jogar isso tudo na cara dessas tais pessoas, mas jogar mesmo, pra elas ficarem totalmente abaladas, desiquilibradas e caírem na real. Isso cansa, como cansa. Vontade de mandar essas pessoas tomarem no cu.
Já os revi demais hoje.
É só.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O menino na rua. Apenas uma reflexão...



Hoje voltando pra casa, passando por uma avenida super movimentada aqui perto, vi um menino, moreno, bem magro, aparentando ter uns 18 anos, exatamente no meio da grande avenida, dançando, fazendo graça pros carros que perto dele passavam, tirando fios. O que leva um menino a fazer esse tipo de coisa, a correr esse risco todo, de ser pego por um ônibus em altíssima velocidade? Ou um carro, moto, que seja. Seria ele um menino de rua, teria ele uma casa, uma família, será que ele estuda alguma coisa, teria ele um emprego? Acredito que não estude, senão um colégio levado ao léu, uma casa distante dali de onde estava, uma família não muito bem organizada, e um emprego com baixo salário. Será que ele ama, será que é amado? Teria ele sonhos? Ou será que ele não se permite ter sonhos, ou então a vida não lhe deixa, sendo tão rígida com ele? Porque ele fazia aquilo? Seria para mostrar poder aos amigos, que estavam na calçada o olhando? Seria apenas divertimento? Pra onde ele estaria caminhando, indo para onde?
De onde ele vinha?
Imagina se fôssemos fazer todas essas questões sobre todas as pessoas que víssemos num só dia? Numa hora apenas. Seria impraticável.
E será que essas perguntas realmente importam pra você e pra mim?


(ouvindo Beatles)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

“O medo perante a vida”.



Ouvindo Beirut, “Nantes”.
Voltei hoje, mais um. Não me importa se ficou bonito ou não, o que importa é que tem um sentido pra mim, e me preenche. Nele, as cores vivas predominam. Amarelo, dois tipos, laranja e vermelho fazem um degradê circular em volta de mim, que sou representado por um ovo negro, escuro, igual ao meu vazio. No centro desse vazio existe uns pontos coloridos, que são minha pontinha de bem estar e saúde que vai surgindo aos poucos, e que tenho que deixar aumentar. Mas com o tempo isso melhora, é só eu querer. E eu acho que eu estou querendo. Bom sinal.
Em volta, surgem pontos negros, que são as pessoas que estão à minha volta. Claro, não pude representar todas, porém as representei de forma simbólica, como tudo ali presente. Algumas mais perto de mim, outras mais distantes, assim como na vida.
“Nantes” acabou, agora do álbum “Transa”, “You don’t know me”. Bem calmo, assim como me sinto agora, depois de me expressar.
Está me fazendo bem tudo isso, pretendo continuar, vamos ver até quando. Por longos tempos...assim será. “O medo perante a vida”, assim ele se chama.

“Eu não me arrependo de você”, CÊ.

domingo, 2 de novembro de 2008

Na noite...



Acabei de chegar de uma boate, famosa aqui e lá. Muita gente, muitas coisas legais, muitas bizarrices, gente bêbada, enfim. Tida como o “O Mundo Perfeito”, e é quase. Ao entrarmos lá dentro, tudo se transforma. Tudo que é teoricamente proibido de fazer abertamente aqui fora, lá dentro é permitido. É como se fosse um outro mundo, uma outra dimensão. Álcool em excesso, drogas, em excesso também, ‘pegações’, mais pegações, mais mais e mais. Isso é o que mais tem. Já era de se esperar, já que aqui fora eles teoricamente não podem. É ótimo pra dançar, dançar muito, pra encontrar certos amigos, conversar com eles, estar com eles. E por incrível que pareça, uma das coisas mais interessantes na minha opinião é sentar num dos inúmeros sofás e ficar observando as pessoas. Tem de tudo, seres humanos quase transfigurados, modificados, pessoas passando mal, de tanta droga, berrando, tendo alucinações, bolinhos de pessoas se beijando, pessoas que não sabem dançar, outras que dançam muito bem, até mesmo alguém que dance pra trás (isso mesmo, alguém que dança pra trás), aqueles que passam a noite procurando alguém, os que vão sozinhos, e terminam a noite sozinhos, outros que ficam loucos atrás de uma pulseirinha vip, enfim.
Ao sairmos, tudo volta como a ser como era antes. Eles recolocam as camisas no corpo, tiram às vezes o óculos escuro, se recompõem. Ao mesmo tempo em que é bom, tenho nojo dessas bizarrices, pega um aqui, depois pega outro do lado, daqui a pouco pega OUTRO do outro lado, depois se pegam juntos, enfim. Asco. Na noite eles se revelam, se soltam, ninguém diz no dia a dia quem eles realmente são. Apesar disso tudo, volto e volto mais.
Preciso ir revê-los.
É só.