terça-feira, 21 de abril de 2009

A noite do feriado.



Passar um dia de feriado inteiro em casa sozinho te faz pensar um monte de coisas. Boas e ruins.
Te faz pensar naquela calça apertada que te chama atenção, que te dá tesão e te impulsiona a se masturbar horas depois.
Te faz pensar nas suas atitudes de bom moço, que estão te cansando. Um simples e carinhoso comentário feito sobre você te impulsionou a querer por um momento rápido, porém significativo, ter mais atitude. Se mostrar pro mundo, no sentido mais puro da expressão. Viver uma vidinha mais ou menos está te cansando. Isso faz com que você pense quatro ou mais vezes em pirar, enlouquecer, "viver e não ter a vergonha de ser feliz". Cantando sempre a beleza de ser um aprendiz, talvez pra sempre dentro da sua humildade.
Nesse breve momento passa pela sua cabeça em mandar recados pro mundo dizendo em alto e bom som em quais garotos você se interessa, não tendo vergonha de nada nem de ninguém. Logo depois desse momento sua cabeça racional diz não a tudo que você pensou brevemente. É noite agora, e você não é muito íntimo dessa negra. Ela te engole, quase que não te deixa viver. E você torce para que amanheça logo e ponha em prática tudo que você pensou na negra noite anterior.

domingo, 12 de abril de 2009

Tudo seria bom.



Sair sem saber se você realmente está afim de ir. Indo, perceber que foi a melhor coisa que fez. Se emocionar, mesmo que um pouquinho, porém pôr pequenas lágrimas pra fora. Encontrar uma pessoa num momento de fragilidade, hiper-sensibilidade e carência. Sentar na beira da praia, sentir a brisa da noite, e falar de relacionamentos, de amor, de troca de carinho, de afeto. Olhar pra essa pessoa, admirá-la, olhar, admirar mais, toda sua beleza contida, seus lábios desenhados, seus pêlos bem lisos, seu falar carinhoso, seu jeito meigo e sensível. Olhar essa pessoa e desejá-lo, mas um desejo não somente de um beijo e uma noite de sexo, mas de trocar seus carinhos e afetos com ela, sua energia, a melhor, porque essa pessoa merece a melhor energia que você tem. Olhá-la e perceber o quanto ela é especial, é única, o quanto ela merece ser feliz, ao lado de uma pessoa especialmente bacana, e pensar que essa pessoa bacana poderia ser você. Olhá-la e concordar com todos os seus ideais, seus valores. Desejá-la a fundo, como ser humano, como homem, no caso, querer tê-lo como seu namorado. Com ele você se casaria no exato momento, passaria horas conversando, apesar da timidez dos dois. Olhá-lo, desejá-lo, perceber tudo isso, porém não ter coragem pra dizer pra ele o quanto ele é especial, o quanto ele é único, o quanto ele merece uma pessoa mais que bacana. Não ter coragem de dizer que você o deseja, que você se casaria com ele. Ao fazer tudo isso, você poderia estar estragando toda essa amizade bacana que vocês tem, e isso você não quer. Jamais. Deixá-lo sozinho depois de uma conversa entrecortada de silêncios, se recolher no seu quarto, e pensar. Pensar e imaginar como tudo seria maravilhoso se...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Te pintei.



“Púrpura negra” te pintei. Me sinto agora cansado, depois de despender energia, porém imensamente feliz e pleno. Um cômodo escuro, cheio de fumaça, que baila sobre o ar sóbrio e solitário. Dentro dele um ser feliz, ouvindo sons inspiradores, aspirando cheiro de ervas naturais queimadas. Numa paz interior tremenda eu o fiz, oposta ao que estava ao meu redor. Nem por isso deixei de me inspirar, e continuei meu ofício. Expor a obra me deixa tímido, já que se trata de um momento muito particular, que divido com quase ninguém, não por ser triste, mas por ser íntimo demais para grandes exposições. Ocasionalmente ou não, o pintei no dia do aniversário de minha mãe. A cor que predomina na obra é como o nome já diz, a cor púrpura, roxa. E a cor que minha mãe mais gosta é exatamente essa. Acaso, destino, coincidência? Não sei, não acredito muito nesta última. Enfim, púrpura negra.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Púrpura negra.



Inspirar-me tem sido meus últimos maiores desejos. Ouvir e conhecer novas canções, novos sons, ruídos estranhos, deliciosos pros meus ouvidos, receber isso tudo tem sido minhas últimas atividades. Retrair-me, aflorar-me, pendurar-me no trapézio da vida, com a esperança de que não vou cair no chão. E caso caia, tenho quase a certeza que de um modo novo irei reagir, claramente calmo e sereno. Minha vida hoje, agora, no exato momento, tem a cor púrpura, cheia de fumaças que vão e vem, num balé lindo e sonhador. Minha vida agora, nesse minuto, tem cheiro de incenso natural, queimado com a maior calma. Minha vida está se transformando em púrpura pura, quase negra, opaca, porém com seu brilho interior que encanta a todos. Inspiro-me nisso, e tenho a esperança de que vou me manter inspirado pela eternidade, até quando a Energia-maior me permitir. Sinto minhas mãos leves, num bailado sobre o ar, lento, suave, sensual. Estou gostando de ser e de estar, e quero me dedicar a isso, somente a isso. Minha energia paira sobre a Terra, e atraio quem está na mesma sintonia, púrpura negra. Leve, calma, correndo o rio das canções que não sei os nomes. Sinto-me tudo isso.