quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Prefiro ficar sozinho.



É dia primeiro de janeiro do novo ano, e à essa altura prefiro ficar sozinho no meu quarto, do que ficar "confraternizando" com certas pessoas. Acendi meu melhor incenso, o mais cheiroso, e o mais caro, coloquei minhas músicas atualmente preferidas, terminei de ler o restinho do livro da Danuza, e aqui estou, escrevendo de novo. Gosto de ficar imerso na fumaça, gosto de ficar observando a fumaça que sai do incenso, principalmente quando ela é abundante, como nesse que acendi há pouco. Hoje fomos colocar flores na praia, como de costume. Há anos que temos esse hábito, de oferecer um agrado à senhora dos mares profundos. Fiz vários pedidos, entre eles muita sorte, um pouco de dinheiro, sorte na 'profissão', que as coisas melhorem aqui em casa, que nossa relação fique mais afetuosa, e o mais importante deles: que ela me traga um amor, mas um amor daqueles! Um amor que me preencha, que me deixe feliz, que me faça feliz, e que me preparem pra receber esse amor também, o que é importante. Só pedi coisas pra mim, os outros que peçam pra eles. Enfeitei meu quarto com uma flor que desconheço o nome, linda por sinal. Um arranjo simples, apenas um vasinho de vidro branco, um pouco d'água e elas, no total de cinco. Só.
Arrumei minha mesa do computador, minha 'mesa' de cabeceira, e minha cesta africana. Continuei a reler o livro, depois tomei um banho, e me arrumei. Coloquei roupas novas, vestindo amarelo, verde, com um chinelo cor de laranja. Bem colorido, como quero que seja esse ano pra mim. Desci, cumprimentei minhas avós, e sentei. De lá só saí pra ir ao banheiro, e pra comer e beber. Nada falei, a não ser um papo rápido e baixo com as avós. Tive de aturar aquele povo insuportável, e sua prole. Mas aguentei até meia-noite. Deu a hora, estouramos o champagne, cumprimentei levemente as pessoas, inclusive os insuportáveis, e subi discretamente. Vim ao meu quarto, e comecei a chorar, por tudo aquilo. Fiz alguns telefonemas, porém sem sucesso em todos. Não consegui falar com ninguém, e todos que falaram que iam ligar não ligaram. Nenhum amigo me ligou. Depois dei uma descida, vi que o ar continuava ruim e tornei a subir, e agora estou aqui, imerso na fumaça cheirosa, e trancado no porto seguro, ouvindo música boa, porque a de lá de baixo era igualmente insurpotável. Triste, assim me sinto, de não conseguir confraternizar com minha família a chegada do novo ano. Mas vai melhorar, ainda tenho esperanças. Como dizem, elas são as últimas a morrer.
Minha única opção para sair de casa é aquele lugar que sempre freqüento. Mas hoje não estou com um pingo de vontade de dar as caras por lá. Não quero me "sujar", e nem me irritar com aquelas pessoas. Daqui a pouco devo dormir, e começar a viver as primeiras horas de 2009.
Esse foi meu 'Ano Novo'. Super legal.

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