sábado, 13 de dezembro de 2008

Só.



O cômodo que me encontro tem uma fumaça permanente de incenso natural de ervas. Um ar sóbrio, onde toca músicas que me dão saudade, me consolam, me fazem chorar, pensar, refletir...
Um vidro se quebrou, os cacos continuam no chão, espalhados, esperando que alguém os pegue. A mesa está cheia, e acendo um incenso atrás do outro. Os odores se misturam, e a fumaça permanece, sóbria e imponente. Elas cantam seu louvor. E eu choro, por dentro e por fora. Gotas espalhadas pelo chão, pela cama, pelas paredes, pelo teclado, pelo meu corpo, pela minha roupa, por tudo. Meu olho inchado, de tanto sofrer com a 'secreção-triste'. Me sinto vazio, despido. Um misto de torpor e sono me consome. Não sei se ainda estou bêbado, ou se estou com sono, mas normal eu não estou. Normal não, depois de tudo. Me sinto só, muito só. Só.

Nenhum comentário: