quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sem título.



Ir ao cinema e sair do filme quase que aos prantos pode parecer estranho, já que as pessoas ficam te olhando com cara de assustadas. Em se tratando de uma pessoa hiper sensível isso é mais do que normal. Acontece quase sempre. Aí você continua chorando por uma meia hora, enquanto volta pra casa no táxi. Durante o caminho, vem pensando no filme que acabou de assistir e se emocionou pela sua dramaticidade extrema. E acaba pensando na sua vida, claro, como não poderia deixar de ser. Ainda mais num momento onde essa pessoa só tem pensado na vida, dia e noite. Na vida que tem, na que poderia ter, ou melhor, na que gostaria de ter. Salta do táxi, sobe sua rua um pouco escura devido a uma falta de luz em parte dela. É observado por algumas pessoas estranhas a seu ver, mas continua subindo. Ao chegar em casa é recebido por um simples “nada”. Sua mãe te olha, e não diz nada, e você para tentar ser um pouquinho simpático lhe demonstra um pequeno sorriso, que não é correspondido. Isso só aumenta sua insatisfação perante essa casa, e essa família. Tudo isso só te faz sentir que o melhor só pode ser o que você vem pensando ultimamente. Nem um “ – OI seu infeliz!” é lhe oferecido, muito menos uma pergunta do tipo “ – Como foi o cineminha?”, o que seria mais do que normal de receber numa situação dessas. E você ainda teve o cuidado de enxugar as lágrimas para que eles não vissem, pra que não ficassem preocupados ou coisa parecida. Talvez o melhor tenha sido chegar em casa ainda aos prantos, batendo a porta, chutando tudo que visse pela frente. E pensar que ainda temos uma vida pela frente, e que nossos laços são eternos...

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