segunda-feira, 20 de julho de 2009

Minhas noites.



Nas minhas noites eu escrevo, e recito poemas, em voz alta é claro. Sempre leio trechos dos livros que estão à minha volta, muitas vezes o mesmo por noites seguidas. Quando “pedem” recito o mesmo poema, aquele que acabei de recitar, ou aquele de ontem. Quando a Energia pede, quero dizer. E pensar que há pouco tempo atrás minhas noites eram terríveis, só de imaginar essas horas já me batia aquela angústia, minha velha conhecida. Porém de uma hora pra outra, percebi que havia algo de diferente naquele quarto entulhado de coisas e de fumaça. Eu havia transformado completamente “a desconhecida”. E isso era tão bom! Ou melhor, É bom, ótimo! Aquela angústia já não existe mais, e todo aquele sentimento ruim se foi. Agora só restam as poesias, a fumaça, as músicas lentas e suaves que tanto gosto, meu edredom querido, e uma energia incrível, que EU criei. Sem ajudas, somente eu sozinho no meu quarto, rodeado dos livros que amo, da fumaça que me vicia, no bom sentido, no cheiro perfumado, meus quadros, meu ninho, meu refúgio. Nada dos problemas do dia-a-dia, nada de angústias comuns, nada de ruim. Tudo isso eu deixo lá fora, e da porta do quarto pra dentro só paz, só calmaria, só carinho e afeto, e uma solidão, gostosa de sentir e de estar.
Meu incenso preferido aceso me traz uma sensação incrível, que só eu sei, de acolhimento, de paz interior, de cobertura. Hoje eu sei a hora certa de acendê-lo, a hora exata, só pela energia do momento. Agora enquanto escrevo é um ótimo momento para acendê-lo, e ele está aceso. O ventilador desligado, devido ao frio, faz com que a fumaça dele saia lenta, linda, bailando pelo ar, tal como eu gosto de vê-la. Ela vai preenchendo o ar do quarto, até que ele fique coberto de ‘Flora’.
Hoje, nas minhas noites, eu ouço e vejo o “mar”, encontro “pessoas” formidáveis, ouço e sinto o amor, a paixão. E ouço os sinos, eles são in-críveis. É lindo de ver, de ouvir, de sentir. Sinto-me repleto.

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