sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sonhe querido.



A comida me sobe e tenho preguiça de pensar. Tomo um gole d’água, escuto aquelas músicas agradáveis, sinto o cheiro do incenso queimando. Paro, escrevo, e penso. Depois tomo mais um gole d’água e escrevo, não querendo abandonar isso aqui.
Estou suando e sentindo frio ao mesmo tempo. Preciso de carinho, de abraços, de beijos afetuosos, e já que não tenho nada disso no momento, me satisfaço com uma colcha pesada, fofa, que me protege da noite, e dos medos. Ela me dá carinho, ela me conforta, e eu desejo por hoje ficar sozinho, mesmo que precisando disso tudo. Meu quarto cheira a “Flora”, e está imerso na fumaça, como eu gosto. Por instantes você pensou ter “perdido” a noite, seu bem-estar, mas depois de ler sua resposta tudo se clareou, parece. Debaixo da colcha pesada o suor escorre, mas prefiro ainda ficar coberto, assim me sinto protegido, dentro do meu ninho. A noite lá fora corre solta, cheia dos mistérios. Eles já fazem efeito dentro de você, e o torpor começa, mas você percebe que hoje, sexta-feira, a angústia é menor, quase não existe. Aquela angústia, quero dizer.
No táxi pra cá você desejou o seguinte: sentar num barzinho calmo, ou qualquer outro ambiente igualmente calmo, com uma música baixinha, ao lado de uma pessoa agradável, conversar sobre a vida, sobre o amor, sobre relacionamentos passados, caso existam, presentes, caso existam também, e futuros, que você realmente espera que existam. Depois pegar um táxi, ou uma carona com essa pessoa, chegar em sua casa no nível da rua, dar boa noite pro porteiro do prédio, subir pro seu apartamento, e curtir o resto da noite. Colocar um som bacana, acender seu incenso preferido, pôr uma roupa confortável, sentar ou deitar na sua cama ou no sofá, e pensar em como aquela pessoa é gentil e educada. De fato uma companhia agradável.
Ahh, sonhe querido, sonhe. Quem sabe um dia isso venha a se tornar realidade. Sonhar pra você, sempre.

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